quinta-feira, 20 de dezembro de 2012


O FIM DO MUNDO NA CONCEPÇÃO DOS INGÊNUOS

Por Adalberto Claudino Pereira  (20/12/2012)

O calendário científico marcou para o dia 21 de dezembro, o Dia do Juizo Final, profetizado há mais de dois mil anos pelos homens que, inspirados por Deus, escreveram a Bíblia Sagrada. A grande e mais importante diferença é que, segundo a Palavra de Deus, este dia fatal jamais foi revelado.

Muitos estão procurando um lugar seguro para se livrar do julgamento de Deus. Coitados! O próprio Jesus disse que não ficará pedra sobre pedra, ou seja, tudo será destruído. Não adianta se esconder no lugar mais profundo da terra, nem nos lugares mais altos. Todos serão alvo da ira de Deus. Se recorrermos à palavra da verdade, encontraremos no Livro de Mateus, capítulo 19, versículo 29, vamos encontrar Jesus Cristo dizendo: “E todos os que, por minha causa, deixarem casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou terras receberão cem vezes mais e também a vida eterna.”

O mundo já viveu outros momentos em que o homem, tentando desmentir o Filho de Deus, anunciaram o fim dos tempos, causando rebuliços, correrias, alvoroços e até suicídios. Certa vez, ao ser indagado pelos seus discípulos a respeito do Juízo Final, Jesus Cristo respondeu, em Mateus 24:4-8: “... vede que ninguém vos engane. Porque virão muitos em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos. E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos assusteis, porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino, e haverá fome e terremoto em vários lugares; porém tudo isso é o princípio das dores.”

Estas afirmações de Jesus Cristo foram feitas e registradas há mais de dois mil anos, quando os loucos de hoje, metidos a adivinhos, nem pensavam em nascer. Mas não pensem que parou por aí. Em Mateus 24:9-13, Jesus continuou dizendo: “Então, sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome. Nesse tempo, muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros; levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que persevera até o fim, esse será salvo.”

Os falsos profetas, os mentirosos, os enganadores, emissários de Satanás, estão agindo, mais uma vez, com a mesma intensão de levar os menos esclarecidos ao desespero. Para os que assim procedem, um lugar está reservado. Trata-se de um lugar, que tem como chefe maior SATANÁS e onde há fogo, enxofre e ranger de dentes. Lá existe tormento eterno. Muitos pedirão para morrer, mas não morrerão, pois deverão ter um sofrimento eterno.

Esquecem-se esses falsos profetas que “... naqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados. Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória. E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus.” Tudo isso está escrito no Livro de Mateus, capítulo 24, versículos de 29 a 31.

Para os maus informados e aqueles que dão crédito às suas mentiras, Jesus Cristo manda um recado, que se encontra em Mateus 24:35-37: “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão. Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai. Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do homem.” Portanto, se nem Jesus,       que é o Filho amado de Deus, sabe o dia do Juízo, como um homem sujo, desmoralizado, cheio dos piores pecados, podre e pobre de espírito, pode determinar o dia da vinda do Salvador?

É lamentável que pessoas que se dizem inteligentes, muitas delas respeitadas mundialmente, deixam-se levar por informações ridículas. Na verdade, muitos intelectuais conseguem interpretar textos complexos, mas se acham impotentes para entender  mensagens claras enviadas por Jesus Cristo, através da Bíblia Sagrada. Daí, passam a seguir caminhos tortuosos, desagradáveis aos olhos de Deus.

 A ingenuidade de muitos pode levar a humanidade sem Cristo ao desespero e ao suicídio. O fim do mundo é um fato que acontecerá e do qual todos seremos personagens secundárias, tendo como expoente maior o nosso Maravilhoso Deus. Desta realidade ninguém será excluído, mesmo que se esconda no mais profundo subterrâneo; mesmo que se desloque para o lugar mais alto do firmamento; nem que mergulhe para as profundezas dos oceanos. Todos estarão ajoelhados diante de Deus, desde os mais simples aos mais poderosos. NINGUÉM vai escapar. Esta é a maior certeza que devemos ter. “Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do homem virá.” (Mateus 24:44)

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

             Nesta época em que a humanidade comemora o nascimento do nosso Senhor e Salvador JESUS CRISTO, o Filho unigênito de Deus, AMOR é a palavra que se destaca. Mas, será que ele está acima das ganâncias, das prepotências, das arrogâncias e dos egoísmos que dominam o ser humano? Será que ele está acima do desrespeito aos direitos alheios?
Diante das indagações feitas, resolvi colocar diante dos meus queridos seguidores, esta simples mas sincera meditação, que tem como título:
               O AMOR COMO FUNDAMENTO DA FELICIDADE
 Provérbios 10:11-14 nos coloca diante da seguinte realidade: “A boca do justo é manancial de vida, mas a violência cobre a boca dos ímpios. O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões. Nos lábios do entendido se acha a sabedoria, mas a vara é para as costas do falto (falho) de entendimento. Os sábios escondem a sabedoria, mas a boca do tolo é uma destruição."
       Humanamente falando, amor é um sentimento que predispõe as pessoas a desejarem o bem de outrem, ou de alguma coisa.
           É a afeição ou a ternura entre os membros de uma família.
           O que você faria por amor a uma pessoa a quem você ama muito? Daria a sua própria vida?
          Neste momento eu quero falar de uma pessoa que soube valorizar o amor. De uma pessoa que, por mais que cometamos injustiças, sente um amor profundo por nós. Eu quero falar de JESUS CRISTO.
       Quero chamar a sua atenção para alguns pontos importantes que você precisa tomar conhecimento para fazer uma análise do comportamento do Filho de Deus. Para saber realmente o que significa a palavra AMOR.
       Atentemos para o que nos diz a palavra de Deus em João 3:16
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
Observem que quando João diz: “... amou o mundo de tal maneira...”, ele quer dizer que o amor de Deus por nós é uma coisa inigualável, incomparável, inimitável, é algo maravilhoso.
O rei Salomão sentiu a necessidade do amor em sua vida, chegando ao ponto de dizer:
“Sustentai-me com passas, confortai-me com maçãs, porque desfaleço de amor. A sua mão esquerda esteja debaixo da minha cabeça, e a sua mão direita me abrace.” (Cantares de Salomão 2:5 e 6)
Salomão vai mais além quando dá uma demonstração do que representa o amor em sua vida. Vejamos o que ele diz:
“As muitas águas não podiam apagar este amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse toda a fazenda de sua casa por este amor, certamente a desprezariam.” (Cantares de Salomão 8:7)
O apóstolo João, ao preparar o caminho para o Filho de Deus, aparece como mensageiro de Jesus, que nos fala de amor. Ele disse:
“Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que Eu tenho guardado os mandamentos de Meu Pai, e permaneço no Seu amor. (João 15:9 e 10)
A palavra de Deus, no livro de João, também nos traz esta mensagem:
“O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como Eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando.” (João 15:12-14)
O amor deve ser sincero. Devemos nos afastar do mal e nos aproximarmos do bem, como diz o apóstolo Paulo escrevendo aos romanos:
“O amor não seja fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns dos outros.” (Romanos 12:9 e 10)
Ainda falando a respeito do amor, o apóstolo Paulo diz:
“O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor.” (Romanos 13:10)
A palavra de Deus nos diz:
“Se me amardes, guardareis os meus mandamentos.” (João 14:15).
AMOR significa fidelidade, lealdade, compreensão. Amor e Paz são duas palavras bastante parecidas, visto que uma é o resultado da outra: a PAZ é o resultado do AMOR.
“Sendo pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por Nosso Senhor Jesus Cristo.” (Romanos 5:1)
Atentemos para o que disse o apóstolo Paulo:
“O amor não seja fingido.”  -  “Aborrecei o mal.”  -  “Apegai-vos ao bem”.
Precisamos meditar um pouco mais sobre estes três pontos bastante significativos para nossas vidas:
1 – Não fingirmos no amor ao nosso próximo;
2 – Não nos apegarmos ao mal, olhando sempre para o lado do bem;
3 – Estarmos sempre procurando o melhor para nós mesmos e para os nossos semelhantes.
Permitam-me fazer-lhes algumas perguntas:
1 – Quando você abraça o seu irmão, o faz com sinceridade?
2 – Quando você diz que ama a sua esposa, você usa a sinceridade?
3– Você rejeitaria uma proposta desonesta, mesmo sabendo que perderia milhões de reais?
4 – Você deseja para os outros o mesmo que deseja para você mesmo?
5 – Você é sincero quando diz "eu sou honesto!"?
* Quero deixar estas palavras do apóstolo Paulo, como reforço para a nossa meditação:
“Quanto ao mais, irmãos, regozijai-vos; sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco.” (II Coríntios 13:11 e 12)
       QUE ESTE NATAL SEJA PARA TODOS NÓS, MOTIVO DE REFLEXÃO SOBRE A NOSSA VIDA DIANTE DO GRANDE E EXTRAORDINÁRIO ANIVERSARIANTE:       JESUS CRISTO.
             FELIZ NATAL!!!

JESUS CRISTO OU PAPAI NOEL?


JESUS CRISTO OU PAPAI NOEL?

Natal! Festa máxima da cristandade! Esta frase é muito antiga e pronunciada por milhões de pessoas, principalmente ao aproximar-se a data CRIADA para o nascimento do Filho de Deus. Mas será que estamos mesmo comemorando o nascimento de Jesus Cristo, ou simplesmente enaltecemos a figura de um velhinho barbudo, que fala lentamente e dá uma chata risada na base do Hô-Hô-Hô-Hô...?
Já notaram que a pobre e inconfortável manjedoura, berço de uma criança pobre mas santa, foi substituída pelos Shoppings Centers lotados de enfeites, com luzes coloridas piscando de ponta à ponta? Dá para lembrar, neste momento, que não havia um lugar sequer nas confortáveis hospedarias para o Filho de Deus?
Vendo as algazarras, os empurra-empurra dos pais ansiosos para colocarem seus filhos no colo do Papai Noel e para tirar lindas fotografias ao lado do “bom velhinho”, fico a me perguntar se aqueles mesmos pais já tentaram colocar, pelo menos uma vez na vida, seus filhos diante do verdadeiro Salvador.
Chega o Natal! As residências se enfeitam, as mesas recebem os mais diversos tipos de ornamentações. Todos estão de roupas novas, felizes, devorando os caríssimos pratos, tomando os mais sofisticados vinhos franceses, portugueses ou italianos. Trocam-se presentes e abraços (muitos destes fingidos). Mensagens são enviadas. As mais antigas, com as famigeradas figuras do homenageado: PAPAI NOEL! As árvores de Natal tomam espaços nos locais mais importantes das residências. Fora destas, muitas chegam a ter dezenas de metros de altura. Verdadeiros monumentos reluzentes, filmados e fotografados para serem guardados como verdadeiras relíquias, que serão mostradas a netos, bisnetos, tataranetos, e assim de geração à geração.
Isto é Natal! Uma época em que todos são ovacionados, menos o aniversariante: JESUS CRISTO, o nosso SALVADOR. As pessoas se embriagam e, como resultado deprimente, fazem o que mais desagrada ao ANIVERSARIANTE, que ficaria mais feliz se a Ele fossem dirigidas orações de gratidão por tudo o que Ele fez e continua fazendo por nós.
Talvez seja este o momento em que JESUS CRISTO desejaria lembrar que foi Ele, e não o Papai Noel, que foi julgado, condenado, cuspido, ferido, humilhado e crucificado com uma coroa de espinhos sobre a cabeça, tudo pela remissão dos nossos pecados. Talvez seja esta o momento em que Ele desejaria lembrar que estará voltando como juiz para determinar quem vai para o CÉU e quem vai para o INFERNO.
Por isso, meus queridos amigos, seria bom e bem mais agradável aos olhos de Deus que colocássemos JESUS CRISTO no lugar que Ele merece, ao invés de exaltarmos o nome de Papai Noel, que não passa de uma farsa que transfere dos pais para uma figura utópica, o carinho e o amor das crianças inocentes e sem a mínima noção da verdade.
E como eu já me tornei muito chato para os fanáticos do “bom velhinho”, rendo-me à já tradicional frase: FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO. E concluo com esta mensagem:
QUE AS BÊNÇÃOS MARAVILHOSAS DO NOSSO BOM E MARAVILHOSO DEUS, CRIADOR DOS CÉUS E DA TERRA, SEJAM DERRAMADAS NOS LARES DE TODOS VOCÊS QUE ME SEGUEM POR ESTE BLOG. QUE AS ALEGRIAS DE 2012 SEJAM RENOVADAS NO ANO QUE SE APROXIMA E QUE AS TRISTEZAS SEJAM SUFOCADAS PELO AMOR DO VERDADEIRO SALVADOR DO UNIVERSO: JESUS CRISTO.

ADALBERTO E FAMÍLIA

sábado, 1 de dezembro de 2012

           COMÍCIO NA ROÇA    (conto)
(Adalberto Claudino Pereira)

       O sítio Tamanduá estava em festa. Os preparativos para aquela noite especial haviam começado logo cedo. Anastácio, o “pau pra toda obra” trabalhava como ninguém e a sensação era tamanha que nem demonstrava o mínimo cansaço. Afinal, tudo o que acontecia naquela localidade era ele o responsável pelos serviços mais pesados. Aliás, ele já estava tão acostumado que fazia tudo aquilo com a maior  naturalidade.
           D. Estela Moreira, uma senhora de seus 50 anos, era o maior exemplo de fidelidade ao candidato a quem decidia apoiar. Naquele ano não seria diferente. Ela comandava tudo, desde as colocações das bandeirolas, até o jantar que seria oferecido ao candidato e sua comitiva. Sua voz autoritária fazia com que ninguém questionasse a integridade moral do pretenso Prefeito que, segundo algumas especulações, tinha algum débito com o Tribunal Regional Eleitoral.
          Outro nome de respeito era o do marido de d. Estela, o ruralista Rutáceo Moreira, mais conhecido como  “seu” Moreira. Ele gostava de, nos finais das tardes, reunir algumas pessoas para falar de política. Era a oportunidade que encontrava para mostrar os defeitos dos adversários e tecer grandes elogios aos políticos de sua preferência.
          Todos ficaram felizes com a chegada do Doca fogueteiro. Sendo admirado por todos, ele se mostrava um tanto orgulhoso e fazia o possível para chamar a atenção com seu andar  faceiro e um olhar de quem procurava conquistar as “matutinhas” dali. Tentando mostrar uma certa indiferença, ele desfilava de um lado para o outro, colocando à vista um charme que estava bem distante da sua realidade. Seu orgulho aumentava quando algumas garotas olhavam para ele e faziam  comentários entre si, embora ele não soubesse o teor das conversas.
          Eram cinco horas quando o dr. Moreci Nogueira, chegou àquela localidade, em companhia de sua comitiva, que totalizava dezesseis pessoas, fora os candidatos à Câmara Municipal e alguns jornalistas. Ouviram-se os primeiros fogos dando as boas-vindas aos visitantes.  O Doca fogueteiro fez tudo no capricho, chegando a receber os elogios do candidato.  E quem não ficaria orgulhoso ao receber de um doutor candidato  palavras elogiosas?   Era algo de se guardar na lembrança para o resto da vida.
          D. Estela e "seu" Moreira faziam questão de acompanhar o candidato por todos os lugares, apresentando à comitiva as famílias ali residentes: - este aqui é o Carvalho! Ele tem cinco votos! Esta é o Chico Véio! Ele tem uma família grande, doutor! Esta é d. Ortença, viúva do finado Jeremias! E assim, d. Estela ia apresentando todos os moradores do sítio Tamanduá. Por sua vez, o dr. Moreci Nogueira abria um sorriso falso a cada apresentação, sempre prometendo “mundos e fundos”, sob os olhares esperançosos dos apresentados.
          Era chagada a hora do jantar. A mesa estava farta com as comidas típicas da localidade, como farofa, carne de porco, cabidela, costela de boi, carne de bode, batata doce, feijão macaçar, arroz doce, cuscuz e uma gostosa caipirinha. A mesa era grande e cabia folgadamente as comidas e os convidados (o candidato e seus acompanhantes). Ao redor da mesa, encostados na parede da sala, e com um olhar de admiração, estavam as encabuladas matutinhas e as crianças barrigudas dentro das desconfortáveis roupas, especialmente escolhidas para a ocasião. Com os olhares atentos, todas acompanhavam cada colherada dos visitantes. Indispensáveis em todas as festanças da roça, os cachorros e os gatos desfilavam embaixo da mesa, passando o corpo sujo e fedorento nas pernas dos visitantes que, “delicadamente”, afastavam os intrusos com os pés, tentando disfarçar com um sorriso maroto.
         Terminado o jantar,. Era hora de conversas com os eleitores, para ouvir de cada um as suas reivindicações. E isso, político sabe fazer muito bem. A atenção para com os roceiros era uma coisa de causar admiração. Tudo aquilo serviria de subsídio para seu discurso. Sempre ao lado e balançando a cabeça de forma afirmativa, d. Estela dava uma pura e evidente prova de uma invejável bajuladora. Era assim que ela agia em todas as campanhas eleitorais, quando recebia os candidatos aos mais diversos cargos eletivos. Sua atuação na política da cidade era bastante respeitada, principalmente por aqueles que lutavam pela conquista dos votos.
         Oito horas da noite! Estava na hora de iniciar o comício. No palanque, esperando o candidato e sua comitiva, Chico Coió, o melhor sanfoneiro da região, tocava as músicas com letras previamente preparadas por ele mesmo, falando sobre o candidato.
         De repente, o pipocar dos fogos anunciava a chegada do Dr. Moreci. As garotas da “ala feminina” agitavam as bandeirolas e gritavam em coro: NÃO TEM JEITO! NÃO TEM JEITO! MORECI É O NOSSO PREFEITO! Tudo isso sob a batuta de d. Estela, que comandava de cima do palanque.
         Efigênio Cunha, o locutor oficial do Partido, orgulhosamente empunhava o microfone e incentivava os presentes com frases pré-fabricadas, como: MORECI VAI GANHAR OU NÃO VAAAAI??? MORECI É O PREFEITO OU NÃO É??? (claro que todos respondiam que sim). Finalmente, silêncio! É que, ao sinal de d. Estela, todos pararam para ouvir as esperadas palavras do candidato, esperança de um povo ainda sem muito preparo para escolher de livre e espontânea vontade, o seu candidato.
        Sorridente, o Dr. Moreci Nogueira iniciou o seu discurso, prometendo eletrificação rural; apoio aos agricultores da região, com distribuição gratuita de sementes selecionadas;  aquisição de tratores para o preparo da terra; mais facilidade nos empréstimos bancários, beneficiando os menos favorecidos; melhoria nas cestas básicas; rever a situação dos que precisavam se aposentar e muitas e muitas outras promessas.
        A um sinal de d. Estela, os gritos de “JÁ GANHOU” explodiam como verdadeiras bombas atômicas. Era um pupa-pula, um mexe-mexe, um agarra agarra que causavam inveja aos maiores heróis da história universal. E isso se renovava à medida em que o orador pronunciava palavras que enchiam de esperanças aqueles pobres infelizes.
        Terminado o comício, o postulante à Prefeitura de Guaraxiba procurou d. Estela e “seu” Moreira para ouvir a opinião de ambos sobre a sua postura diante daquela “seleta plateia”. Os elogios, como era de se esperar, foram os mais escaldantes possíveis. Concomitantemente, seguiam-se os abraços naqueles moradores mais ousados e os apertos de mãos nos mais tímidos. Era hora da partida. A missão estava cumprida.
         O que ele conversou com seus assessores durante a viagem de volta para casa, fica por conta de cada leitor. Eu, de minha parte, já tirei minhas conclusões.

                                                                                                - 


               A REVOLTA DOS MACACOS
                                                                               (Adalberto Claudino Pereira)

          O homem, na ânsia de usufruir a qualquer custo do direito de ser inteligente, pelo menos em certos momentos, costuma criar situações visando uma posição de destaque no status social. Imortalizar-se é o sonho de todos ou, na melhor das hipóteses, da grande maioria. Isso não é fruto de um presente, temperado pelo egoísmo de quem quer superar a tudo e a todos. Trata-se de uma psicose que remota dos tempos dos trogloditas, dos já esquecidos paleolíticos.
          E foi justamente num momento de desgaste mental que o homem criou a idéia de que ele descende do macaco. Este fato me levou a pensar como seria a imagem de Deus. Ao assistir ao filme “King Kong”, afastei o meu olhar da tela, levei meu pensamento para fora da sala de projeção e, mesmo sem sair de onde estava, comecei a ver meu Deus, que me criou à sua imagem e semelhança, “despencando” daquele edifício e se estatelando no chão, diante de centenas de olhares curiosos. Agora, longe daquele lúgubre pensamento e daquela ideia pecaminosa, criei esta fábula:
          A ESTÓRIA
          Eram quase sete horas da noite, quando o macaco “rei” entrava na gruta cavada pela própria Natureza, para uma reunião emergente com a “macacada”, divertidos habitantes da floresta. O clima era de muita expectativa. Afinal, o que teria provocado aquele encontro? Certamente algo diferente deveria estar acontecendo para tirá-los de seus afazeres e conduzi-los a uma incômoda assembléia.
         O pigarrear, acompanhado de um estrondoso “boa-noite” foi suficiente para tirá-los dos pensamentos que os tomavam naquele momento. Todos se acomodaram em seus respectivos lugares. A atenção era geral. Até parecia que todos estavam envolvidos por uma ação hipnótica. Era um silêncio sepulcral, que foi quebrado pela voz autoritária do grande chefe. Vamos considerá-lo o “king Kong” (não o do filme que levou milhões de pessoas às lágrimas).
         - Meus senhores e minhas senhoras! – começou o macacão. Eu os convoquei para esta reunião de emergência, levado por um fato que me deixou bastante revoltado! Mais uma vez, a provocação tem como protagonistas os humanos, mais precisamente uns cientistas malucos, que se autodeterminam de heróis da sapiência universal.
        Se já era grande a expectativa, mesmo antes daquelas declarações, agora as coisas já passavam a preocupar a todos os presentes. E o chefe prosseguiu:
        - As coisas passaram dos limites! Agora, eles estão afirmando que os homens são nossos descendentes!
        Houve um murmúrio geral. Era uma reação mais de revolta do que de admiração. E a reunião continua:
        - Não aceitamos, em hipótese alguma, esta humilhação! Nós não assaltamos bancos! Não somos nós que sequestramos, matamos estupramos e falsificamos dinheiro! Nós não causamos desfalques no INSS e não inventamos o mensalão! Precisamos ser respeitados! Não podemos ser comparados àqueles que causaram o caos na educação, na saúde e na segurança pública.
        Todos se levantaram e, em forma de protesto, gritavam:
        - SOMOS HONESTOS! NÃO SOMOS ASSASSINOS! EXIGIMOS RESPEITO!
        Eufórico pelas reações de apoio, o chefe dos macacos prosseguiu:
        - Nós jamais invadimos propriedades alheias, aproveitando-nos da sigla MST! Nunca destruímos plantações, nem agredimos pessoas indefesas, para nos apoderar daquilo que não nos pertence! Não traficamos armas nem drogas para fortalecer o crime organizado! Não somos nós os culpados do presidente da República se preocupar com os problemas lá de fora sem, antes, resolver os nossos, que são mais cruciantes! Não criamos o Estatuto do Menor e do Adolescente, que estimula o envolvimento de crianças com o crime organizado! Não fazemos parte da Comissão dos Direitos Humanos, que só defende os criminosos, virando as costas para as famílias dos cidadãos honestos e trabalhadores, assassinados covardemente! Não somos nós os responsáveis pela insegurança das famílias e pelo desrespeito aos direitos dos verdadeiros cidadãos!
       As manifestações de revolta dos macacos continuavam cada vez mais fortes, à proporção em que o chefe falava.
       - Diante de tudo o que foi exposto, temos preparado um documento, no qual expomos a nossa revolta e o nosso protesto contra a posição dos inconscientes cientistas. Repudiando a afirmativa de que o homem é nosso descendente, exigimos das autoridades competentes, um pedido formal de desculpas e a promessa de que, a partir de hoje, os macacos sejam vistos como o único exemplo de patriotismo e de moralidade nacional! TENHO DITO!
      Todos aplaudiram com entusiasmo a decisão do “king Kong” e o conduziram nos braços, como se faz com os verdadeiros heróis.
      NOTA DO AUTOR: Quaisquer semelhanças com fatos reais, são meras semelhanças!